Automação e inteligência artificial em processos judiciais

Tema que vem revolucionando o trabalho e as relações humanas em diversos segmentos de atuação, as inovações tecnológicas
estão hoje no centro de importantes discussões. Presentes em empresas e instituições de diversos segmentos, as novas tecnologias estão sendo incorporadas também no âmbito judiciário, com iniciativas de diversos órgãos e tribunais.

 

Uma destas iniciativas é o Laboratório de Inovação para o Processo Judicial Eletrônico (Inova PJe), ambiente
virtual do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a pesquisa, produção e incorporação de inovações tecnológicas à plataforma de gestão de processos eletrônicos. Com uma área exclusivamente dedicada às aplicações da inteligência artificial, o Inova PJe tem
como objetivo reduzir o retrabalho, aprimorar o trâmite processual e trazer mais celeridade às ações judiciais.

 

Para atingir estes objetivos, o CNJ pesquisa novas ferramentas de predição, de apoio à decisão e pesquisa de
processos semelhantes já julgados. Modelos de Triagem de Grande Massa, Movimento do Magistrado, Verificação da Petição Inicial e AutoComplete (gerador de texto de conteúdo jurídico), são alguns dos recursos em fase de desenvolvimento e que serão
incorporados ao PJe em breve.

 

Através de uma parceria do CNJ com o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), o Inova PJe traz ainda recursos de outro projeto pioneiro, o Sinapses. Criado pelo tribunal rondoniense, o Sinapses utiliza inteligência artificial para estabelecer processos de aprendizagem nas rotinas judiciais.

 

O vice-presidente Financeiro da Federação Brasileira das Associações de Peritos, Árbitros, Mediadores e
Conciliadores (Febrapam), João Luís Aguiar, avalia essas transformações como positivas para os profissionais
que atuam na área de perícia, por trazerem praticidade e confiabilidade às informações prestadas.

 

Entretanto, João Aguiar aponta a necessidade de adaptação por parte dos profissionais como o principal desafio a ser superado neste processo de mudança. “Estas inovações exigem do profissional uma flexibilidade às mudanças, mas também um investimento ainda maior em treinamento, educação continuada, participações em congressos e pesquisas diversas sobre o tema”, destaca o perito.

 

Além do conhecimento técnico, João destaca a necessidade de desenvolver habilidades essenciais na atualidade,
entre elas a de conectar conhecimentos de diferentes campos e enxergar de maneira sistêmica, de resolver problemas
complexos, além de habilidades sociais e de gestão de recursos.

 

“Nós vivemos um caminho sem volta no que tange à tecnologia e o profissional deve promover mudanças radicais em seus conhecimentos e habilidades para não perder sua relevância no mercado”, adverte o vice-presidente Financeiro da Febrapam.
Para atualizarem seus conhecimentos, os profissionais podem aproveitar ainda as atividades promovidas pelo CRCSP, entre elas as reuniões técnicas para profissionais da área de perícia, realizadas mensalmente na sede do Conselho para promover o debate
sobre temas inerentes à perícia contábil. Os encontros são gratuitos e, para participar, basta efetuar a inscrição na
área de Desenvolvimento Profissional do portal do CRCSP.

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